Licença maternidade e a tão temível (e esperada) volta ao trabalho
E quando você menos espera, sua licença maternidade está no final. Nesse momento, você olha para o seu pequeno e pensa: como é pequenino! E agora, o que eu faço? Onde ele vai ficar? Vai ficar bem sem mim? Vai comer e dormir? E se ele chorar, quem vai pegá-lo no colo e consolá-lo? Ninguém cuida dele tão bem como eu cuido! Acho que não vou aguentar de saudades... Sim, tudo isso passou pela minha cabeça, mas eu estava relativamente tranquila com a nossa decisão de colocá-lo na escolinha e havia me preparado emocionalmente para essa "separação" (ou pelo menos achava que sim).
Foram, muitas vezes, longos 6 meses e meio, outras, tão curtos que eu queria mais, pelo menos o dobro. É que durante esse período acontece tanta coisa, que algumas vezes ficamos confusas. No geral, é muito, muito, muito bom poder ficar o tempo todo curtindo nosso filhotinho, brincando e acompanhando seu desenvolvimento (e chega uma fase que cada dia tem coisa nova), vendo como ele está crescendo e ficando cada dia mais esperto. É a melhor coisa do mundo enchê-lo de beijinhos o tempo todo, fazer gracinhas e vê-lo gargalhar com as palhaçadas da mamãe. Mas tem uma parte bastante cansativa também, que me fazia pedir água! rs Cansa física e emocionalmente essa dedicação exclusiva. Não ter tempo para ir ao banheiro, tomar banho, comer um prato quente, fazer a unha ou sair para bater perna; ter que amamentar o tempo todo; trocar muitas fraldas e limpar dezenas de vômitos no sofá, na sua roupa, no tapete; cansa tentar fazê-lo dormir sozinho em seu berço, mas para isso ouvi-lo chorar, e às vezes nem conseguir.
Claro que faz parte. Claro que eu sabia disso. Claro que escolhi ser mãe e viver cada fase linda ou difícil da maternidade. Só estou dizendo que sim, claro que também cansa.
Às vezes eu contava as horas que faltavam para meu marido chegar em casa, só pra ir ao banheiro tranquila, sem pressa, respirar profunda e tranquilamente, tomar um banho de 10 minutos (que eternidade!), poder estender a roupa que estava parada na máquina desde às 15h da tarde. E quando o Rica faz o Rafa dormir, até hoje, eu pulo de alegria! E não pensem que é porque eu não gosto de fazer meu filho dormir e muito menos porque sou uma mãe ruim (graças a Deus sou humana e muito bem resolvida como mãe). É porque preciso de tempo pra mim, pra fazer alguma coisa que não seja só cuidar do Rafa ou ligada à maternidade, para repor as energias e poder cuidar melhor ainda dele. Porque, na minha opinião, toda mãe precisa de um tempo pra fazer o que gosta e continuar cuidando bem, até melhor da sua família.
É uma mistura de sentimentos! E é engraçado porque eu pedia para uma fase acabar e logo depois já estava com saudade. Desde a gravidez: jurava que não sentiria falta do meu barrigão, mas pensando bem, era bem gostoso ficar acariciando o Rafinha, conversando com ele. Depois que ele nasceu, pedia pra fase das mamadas infindáveis e dos horários desregrados terminar, das cólicas diárias passarem... mas a gente esquece mesmo, é a mais pura verdade. E assim como eu pedia para voltar ao trabalho, quando finalmente esse dia chegou, fiquei triste por ter que deixar o Rafa na escolinha o dia todo (e liguei muitas vezes para saber como ele estava), por não estar com ele na hora da soneca ou na hora de comer. Fiquei triste sentindo meu peito encher e sem o Rafa para mamar. Mas o fato é que ficar em casa e ser mãe em tempo integral é tarefa para poucas, e as admiro demais! Acho que eu não conseguiria... Será?
A licença, enfim, acabou, os dias vão passando, a saudade ainda existe (todos os dias), mas tem sido mais suave, mais tranquilo para mim (não sei se é porque nesse primeiro mês a gente foi obrigado a ficar em casa metade dele, por conta das viroses, né?) vir trabalhar e deixá-lo na escola. Agora eu não ligo dezenas de vezes para saber se ele está bem, só umas 3 vezes ao dia! rs
Sinto que essa "separação", além de inevitável (porque não era nem cogitado parar de trabalhar), tem sido positiva para nós todos. O Rafa, na minha opinião, é quem menos sente e está se adaptando super bem, convivendo com outras crianças, fazendo outras atividades que em casa não fazia (ele brinca com tinta, areia, água, papel, etc - e eu, até então, nunca havia nem pensado em brincar com essas coisas com ele!) - exceto pelo fato das viroses! :( E o relacionamento dele com as outras pessoas também melhorou bastante! Já a mamãe aqui fica menos cansada (exceto nesses dias em casa com ele dodói) e aos poucos também vai conseguir voltar a fazer as coisinhas que mais gosta. E, por fim, mas não menos importante :), espero que esteja melhorando pro papai e que ele possa ter mais tempo de fazer o que gosta de vez em quando, porque também é super importante para o bem estar geral da família.
E foi assim que esse primeiro mês do meu tão temido (e esperado) retorno ao trabalho passou... VOANDO! E posso dizer que ele não é nem tão temido, nem tão esperado quanto eu pensava! :)